As indulgências plenárias da Semana Santa

Nosso artigo de hoje é uma adaptação de um texto mais extenso de Joseph Pronechen. O autor é contribuidor de longa data do National Catholic Register; em seu texto original ele nos traz também indulgências que se pode lucrar durante todo o ano. Por ora, decidimos focar apenas nas indulgências plenárias da Semana Santa para não tornar o artigo muito longo. 

Sem dúvida, a Semana Santa é o centro do calendário litúrgico. Assim, é o tempo mais propício do ano para se meditar sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor. No entanto, trata-se também de um tempo rico em indulgências, que podemos lucrar não só na Sexta-Feira Santa, mas também na Oitava da Páscoa e no Domingo da Divina Misericórdia.   


Joseph Pronechen, National Catholic Register | Tradução: Equipe Instituto Newman


O tempo propício

A Semana Santa e o Domingo da Divina Misericórdia nos apresentam indulgências plenárias específicas que todos têm a oportunidade de receber. Veja como obtê-las para si mesmo, para seus entes queridos no purgatório e, possivelmente, até para alguma alma esquecida lá.

As indulgências plenárias que podemos receber em cada dia da Semana Santa são, na verdade, de dois tipos. Algumas são específicas da própria Semana Santa. No entanto, outras pode-se obter a qualquer momento, inclusive na oitava da Páscoa. 

Elas estão listadas nas Normas e Concessões do Manual oficial de Indulgências, quarta edição (edição em inglês de 2006). Trata-se da edição mais recente e atualizada do Manual, ou Enchiridion Indulgentiarum, que substitui todas as outras.

Primeiro, vamos dar uma olhada nas indulgências plenárias específicas da Semana Santa, depois, analisaremos as condições básicas obrigatórias que devem ser cumpridas para qualquer indulgência plenária.

Indulgências plenárias da Semana Santa

Estas são as obras específicas listadas nas concessões do Manual de Indulgências:

Quinta-feira Santa. “Uma indulgência plenária é concedida aos fiéis que recitarem piedosamente os versos do Tantum ergo após a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa, durante a solene reposição do Santíssimo Sacramento”.

A Sexta-feira Santa traz duas oportunidades. “Uma indulgência plenária é concedida aos fiéis que:

  1. Assistam devotamente à adoração da Cruz na solene ação litúrgica da Sexta-feira Santa; ou
  2. Façam pessoalmente a piedosa Via Sacra, ou se unam devotamente à Via Sacra enquanto ela estiver sendo conduzida pelo Sumo Pontífice e transmitida ao vivo pela televisão ou pelo rádio”

 

Quase todas as paróquias realizam a Via Sacra para os paroquianos na Sexta-feira Santa.

No Sábado de Aleluia, a Vigília Pascal traz outra oportunidade. “Uma indulgência plenária é concedida aos fiéis que, na celebração da Vigília Pascal (ou no aniversário de seu próprio batismo), renovam seus votos batismais em qualquer fórmula legitimamente aprovada”. A Vigília Pascal já inclui a renovação dos votos batismais.

Regras gerais

“Em geral, a obtenção de indulgências requer certas condições prescritas e a realização de certas obras prescritas”, lembrou a Penitenciária Apostólica em 2000. As condições não são muitas e não são de todo difíceis.

Primeiro, porém, o ofício inicialmente repetiu a definição. “Uma indulgência é uma remissão diante de Deus da punição temporal devida aos pecados cuja culpa já foi perdoada, que o cristão fiel que está devidamente disposto obtém sob certas condições prescritas por meio da ação da Igreja”. O ofício explicou que “as indulgências sempre podem ser aplicadas a si mesmo ou às almas dos falecidos, mas não podem ser aplicadas a outras pessoas que vivem na Terra”.

O Manual de Indulgências apresenta estas condições básicas para qualquer indulgência, plenária ou parcial. Primeiramente, a pessoa que busca a indulgência deve ser batizada, não excomungada e estar em estado de graça pelo menos no momento em que o trabalho prescrito for concluído.

As Normas lembram também outro aspecto essencial: precisamos ter a intenção geral de querer obter a indulgência. Além disso, devemos realizar as obras específicas exigidas, de acordo com o sentido da concessão. Isso é bastante simples.

O próximo passo é importante. A norma afirma: “Para obter uma indulgência plenária, além de excluir todo apego ao pecado, mesmo o venial, é necessário realizar o trabalho indulgenciado e cumprir as três condições a seguir: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pela intenção do Soberano Pontífice”.

Condições obrigatórias

Para simplificar, vamos revisar esses fundamentos simples que o escritório da Penitenciária Apostólica apresenta:

“Para obter indulgências, sejam elas plenárias ou parciais, é necessário que o fiel esteja em estado de graça pelo menos no momento em que a obra indulgenciada for concluída”.

“Uma indulgência plenária pode ser obtida apenas uma vez por dia. Para obtê-la, o fiel deve, além de estar em estado de graça:

  1. ter a disposição interior de completo desapego ao pecado, mesmo ao pecado venial;
  2. ter confessado sacramentalmente seus pecados;
  3. receber a Sagrada Eucaristia (certamente é melhor recebê-la durante a participação na Santa Missa, mas para a indulgência é necessária apenas a Sagrada Comunhão);
  4. rezar pelas intenções do Sumo Pontífice”.

 

Por fim, a Penitenciária Apostólica, em 2000, sugeriu um Pai Nosso e uma Ave Maria para as intenções do Santo Padre. Contudo os fiéis podem escolher qual oração, e uma confissão sacramental é suficiente para várias indulgências plenárias.

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